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Inverno Cultural, novamente, no ano que vem

Desde quando o isolamento social começou, no início de 2020, nos perguntávamos: até quando? Até quando tantas perdas, tanta dor, tantas perguntas sem respostas...

 

No primeiro ano de pandemia, nossas vidas viraram de ponta cabeça, fomos obrigados a nos adaptar a outra forma de viver, a uma realidade marcada pelo medo, pela insegurança e pela solidão. Tivemos que nos reinventar, tivemos que nos conectar por meio de interações remotas: de presença, migramos para o virtual.

 

E, em 2021, o Inverno Cultural se lançou numa experiência desafiadora: fazer o tradicional festival de artes e cultura, definidoras de nossa humanidade, em modo totalmente on-line. Como seria possível? Daria certo? Haveria propostas, haveria público?

 

Naquele mar de questionamentos e incertezas, reunimos uma equipe apaixonada pelo Inverno: coordenadores, oficineiros, servidores, bolsistas, monitores, voluntários, atores, poetas, artistas. Começamos a escrever uma nova história para a 32ª edição do Inverno Cultural UFSJ. Tanta gente reunida, cada um de nós em nossas casas, tínhamos um objetivo comum: a vontade de fazer acontecer, e acontecer bem, na tradição das magias gestadas no festival – Hotxuá: alegria, cura e sabedoria!

 

A tribo indígena Krahô, do Tocantins, um povo sorridente, designa um sacerdote do riso, o Hotxuá, para fortalecer e unir o grupo pelos laços da alegria, do abraço, da acolhida. Qual melhor temática do que essa? O riso ritual que cura...

 

Essa edição do Inverno Cultural nos trouxe alegria e esperança, relembrando a todos nós o poder terapêutico dos pequenos gestos, das pequenas pausas a serem cultivadas em meio ao isolamento. Em nove dias de atividades artísticas as mais variadas, nos trouxe inspiração em nossas origens, a sabedoria singela e potente de Ismael, o Hotxuá, na semeadura de conhecimento, aprendizado e entretenimento, vivida em oficinas, exposições, peças teatrais, saraus, shows musicais, filmes, livros, ensaios fotográficos. Representou a Música, a Literatura, as Artes Cênicas, as Artes Visuais, a Arte-Educação.

 

O festival resistiu. Mas chegaria a um término, nos ensinando: que o agora seja presente, que a alegria seja parte da cura, que o Hotxuá seja em nós.

 

Brasil, Terra Indígena! Brasil, Minas, São João: até breve! Ano que vem, novamente, nos reencontraremos!

 

Texto: Cássia Resende

Edição: Cibele de Moraes