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CABELEIRA: uma história de autoamor

Que tal uma viagem lúdica por nossas madeixas? Em cada fio existe muita história para contar, por isso a Cia. do Voo de Teatro trabalhou a autoestima das crianças na oficina Cabeleira, que marcou o Inverno com alegria e muito amor.

 

Essa vivência infantil trabalhou diversas atividades, entre elas contação de histórias, focadas na autoaceitação e na beleza das crianças, falando sobre diversidade de cabelos, tons de pele e etnias. O livro Amor de cabelo, de Matthew A. Cherry, foi uma das grandes inspirações para o desenvolvimento da oficina. Nessa narrativa, a história de uma menina de cabelo afro se desenrola no pentear de suas madeixas e no encontro do penteado perfeito que agradará à mãe. Nessa mesma direção, o encontro do amor-próprio é incentivado nas crianças, que podem se ver na protagonista com cabelos naturais e, ao fim da história, se sentir feliz e empoderada com sua estética.

 

Entre miçangas, papéis e lápis de colorir, a Cabeleira é desenhada no segundo dia. O propósito desse momento foi gerar autonomia criativa nos pequenos participantes, por meio do ideal de autoestima e da amplitude da beleza. Croquis foram distribuídos para que cada criança criasse sua “figura cabeluda”. Tom Rezende, diretor da vivência, acrescenta que o potencial de trabalhar o cabelo é muito grande, pois “a gente mostra que todo cabelo tem sua beleza, assim, trabalhamos com as crianças a relação do autoamor, da autoestima, do autoconhecimento da sua própria figura.”

 

Com o desenrolar de tantas figuras diferentes e cabelos de todos os tipos, uma ideia surgiu: representar a diversidade do quadro de Tarsila com as obras das crianças. Isso feito, a pluralidade étnica dos operários foi substituída pela explosão de cores e formas das “figuras cabeludas” em um painel montado pelos próprios participantes. A abordagem sensível e afetuosa da oficina conseguiu debater essa temática delicada com os pequenos, que entenderam da melhor forma possível o valor do autoamor e da compreensão do próximo.

 

Os dois atores que estrelam Cabeleira são negros e têm cabelos afro. Embora possa parecer algo simples, essa representatividade faz toda a diferença, principalmente na mente das crianças. Lia Benacon, a atriz, reflete sobre o valor que essa vivência teria para ela durante a infância, ao dizer que “quando criança, eu senti muita necessidade de referência. E o teatro tem muita força nesse sentido, como forma de educação.” Lia ainda destaca o papel da ludicidade nessa missão. “Ser lúdico faz com que se torne simples algo que é complexo. Falar de autoamor e confiança para os adultos já é difícil, e na ludicidade existe um caminho de facilitar o entendimento e fazer com que se torne próximo.”
 

Acompanhe a programação completa do festival, que conta com mais de 90 apresentações, assim como a cobertura de bastidores e entrevistas. Siga nossas redes! Vem pro Inverno!

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Texto: Lis Cruz
Edição: Cibele de Moraes
Imagens: Dávila Martins