A proposta de exposição de pinturas 8 de Janeiro - Jamais
Fomos Modernos explora os acontecimentos de 8 de janeiro
de 2023 no Brasil, quando indivíduos buscaram promover um
golpe de estado, resultando em danos a noção de
democracia e aos edifícios do Palácio do Planalto, Superior
Tribunal Federal e Congresso Nacional, bem como às obras
de arte modernistas que ocupavam esses espaços em
Brasília. Os trabalhos de Alex Frechette falam assim dos
danos infligidos aos ícones modernistas em Brasília, incluindo
as punhaladas na tela As Mulatas de Di Cavalcanti, a
destruição de parte dos azulejos e o muro escultórico de
Athos Bulcão, a pichação na escultura da Justiça de Alfredo
Ceschiatti e a depredação nos prédios projetados por Oscar
Niemeyer. Estes ataques parecem questionar o próprio
projeto de modernidade brasileiro, exigindo uma análise dos
desafios da relação entre ação, cultura e contexto histórico e
os desafios enfrentados pela democracia e pela arte
contemporânea.
Alex Frechette artista visual e doutor em Artes pela UERJ,
reside e trabalha em Niterói-RJ. Seu trabalho engloba
desenhos, pinturas, objetos e vídeos, explorando elementos
do cotidiano social brasileiro e seus desdobramentos, pulsões
e tensões numa busca por discussões sobre história,
memória, ativismos e processos contra-hegemônicos. Já
realizou exposições individuais no Rio de Janeiro, Niterói,
Belo Horizonte e São Paulo. Participou de diversas exposições
coletivas pelo Brasil e também no México e Colômbia.